A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do julgamento que pode levá-la à condenação de dez anos de prisão. O motivo: a Câmara dos Deputados ainda não analisou o pedido de sustação da ação penal, feito pelo PL no fim de abril. Os advogados afirmam que, enquanto isso não for decidido, o processo deve ser paralisado, assim como foi tentado no caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
No entanto, no caso de Ramagem, a Primeira Turma do STF decidiu que a suspensão da Câmara só poderia valer para crimes cometidos após a diplomação e apenas para o parlamentar em questão. A defesa de Zambelli quer que a mesma lógica se aplique e pede que o julgamento seja interrompido até que a Casa se manifeste. A Constituição permite esse tipo de intervenção da Câmara em processos penais contra parlamentares, desde que os fatos tenham ocorrido durante o exercício do mandato.
A parlamentar é acusada de ter participado da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os dois forjaram documentos, incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, que votou como relator pela condenação. Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino acompanharam Moraes, formando maioria de 4 votos a 0. Falta apenas o voto de Luiz Fux.
Caso o STF aceite o pedido da defesa, o julgamento será pausado apenas para Zambelli, Walter Delgatti seguiria sendo julgado normalmente. A decisão do Supremo, agora, deve indicar se a tentativa da defesa será bem-sucedida ou se a deputada se tornará mais uma aliada de Bolsonaro condenada no STF.