O aplicativo Waze, popular entre motoristas por sugerir rotas e evitar engarrafamentos, não é tão gratuito quanto parece. O que está em jogo, na verdade, são os hábitos de deslocamento dos usuários, que são vendidos para empresas interessadas em mapear o comportamento da população nas ruas. O Google, que comprou o app por US$ 1 bilhão, não pagou pelo GPS em si, mas pela enorme base de dados sobre onde, quando e como as pessoas se movem.
Mais do que indicar caminhos rápidos, o Waze prioriza rotas lucrativas. Ele exibe “postos parceiros”, “cafés com desconto” e “shoppings com promoções” que fazem parte de campanhas geolocalizadas. Estima-se que mais da metade dos usuários desvia do caminho original por causa dessas ofertas. Grandes empresas como McDonald’s, redes de postos, shoppings e imobiliárias usam essas informações para decidir onde investir, abrir unidades ou como interpretar o comportamento de clientes em potencial.
Cada dado tem seu preço: o horário que você sai de casa, o tempo que passa no trânsito, os desvios que faz e onde costuma parar são monetizados em centavos mas que, em escala, rendem bilhões ao sistema de publicidade do app. O Waze é prova de que não existe app realmente gratuito. Se você não paga com dinheiro, está pagando com seus dados, sua atenção e seu tempo.

O que o Waze coleta dos usuários
- Horário em que o usuário sai de casa diariamente.
- Locais onde costuma parar, como postos e estabelecimentos.
- Tempo no trânsito e desvios feitos durante o trajeto.
Waze vende dados para empresas
- O Waze comercializa informações de tráfego com grandes marcas.
- Empresas usam esses dados para decisões estratégicas, como localização de novas unidades.
- Os dados vendidos incluem horários, locais visitados e comportamento no trânsito.
Como o Waze exibe rotas com base em anúncios
- O aplicativo pode priorizar rotas com parceiros comerciais.
- Aparecem ofertas como “posto parceiro” ou “shopping com promoção”.
- Mais de 50% dos usuários alteram o trajeto após receber essas sugestões.











