O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (22) que o governo norte-americano manterá sob seu controle os 1,9 milhão de barris de petróleo apreendidos em um navio-tanque na costa da Venezuela. “Vamos ficar com ele. Vamos ficar com os navios também”, declarou o republicano, ao comentar a operação envolvendo uma carga ligada ao governo venezuelano.
A declaração ocorre em meio à intensificação das ações navais dos EUA no Caribe. No domingo (21), agências internacionais noticiaram a interceptação de um terceiro petroleiro próximo à costa venezuelana, o que, se confirmado, representa a terceira apreensão em pouco mais de dez dias. Antes disso, os navios Skipper, em 10 de dezembro, e Centuries, no último sábado (20), já haviam sido interceptados como parte da estratégia anunciada por Trump de impor um “bloqueio total” a embarcações sujeitas a sanções.
O governo da Venezuela reagiu duramente às ações. O presidente Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos de promoverem uma “campanha de agressão” e “terrorismo psicológico”, enquanto o chanceler Yván Gil afirmou que cerca de 4 milhões de barris de petróleo venezuelano foram “sequestrados” após apreensões recentes. Caracas também denunciou o que chama de bloqueio naval absoluto contra seus petroleiros.
Trump afirmou que a medida faz parte de uma estratégia de pressão econômica para atingir as receitas do petróleo, principal fonte de recursos da Venezuela. Durante coletiva em que anunciou a construção de novos navios de guerra, o presidente indicou que uma mudança política no país sul-americano está no radar, embora tenha evitado confirmar se o objetivo direto é forçar a saída de Maduro do poder. As declarações reforçam o clima de tensão crescente entre Washington e Caracas.









