8 de dezembro de 2025
Carregando...

Fale com a redação e faça sua sugestão de pauta

Tarifaço dos EUA elevou risco e mudou perfil da Dívida Pública, diz Tesouro

Foto: Reprodução

As tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, agravadas após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, aumentaram a percepção de risco dos investidores em relação ao país, afirmou nesta quarta-feira (27) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges. Apesar do cenário externo favorável com bons indicadores da economia americana, o chamado “tarifaço” reduziu a confiança sobre o Brasil e impactou diretamente a curva de juros.

Segundo dados do Tesouro Nacional, a Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 0,71% em julho, passando de R$ 7,88 trilhões em junho para R$ 7,94 trilhões. No período, o Tesouro vendeu R$ 118 bilhões em títulos, mas os resgates foram maiores, somando R$ 152 bilhões. Ainda assim, o estoque da dívida aumentou devido à apropriação de R$ 89,6 bilhões em juros.

Diante da maior incerteza, os investidores migraram para papéis atrelados à Selic, considerados mais seguros em períodos de instabilidade. Em julho, esses títulos representaram 58% do total emitido, ou R$ 69 bilhões, enquanto a participação dos prefixados caiu de 21,6% para 20,2%. Já os indexados à inflação tiveram leve alta, de 26,5% para 26,7%.

O prazo médio da dívida pública manteve-se praticamente estável, passando de 4,14 para 4,16 anos. Já o custo médio em 12 meses subiu de 11,41% para 11,63% ao ano, refletindo o aumento da percepção de risco no mercado.