O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantém silêncio absoluto desde que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou ter recebido o aval do pai para se lançar como pré-candidato à Presidência da República em 2026. A movimentação, iniciada na última sexta-feira (5), sacudiu o tabuleiro político nacional, mas não arrancou qualquer manifestação pública do governador paulista, cujo entorno recebeu o anúncio com ceticismo, segundo apuração divulgada pela CNN.
Mesmo após ser informado por telefone pelo próprio Flávio, Tarcísio optou por não se posicionar. Em compromissos no interior paulista no fim de semana e em uma solenidade no Tribunal de Contas do Estado nesta segunda-feira (8), o governador evitou a imprensa e deixou os eventos sem conceder entrevistas. O gesto reforçou dúvidas sobre seus planos para 2026 e alimentou especulações sobre ruídos com o núcleo político da família Bolsonaro.
Aliados próximos afirmam que Tarcísio ainda não decidiu seu futuro. Avalia-se que ele enfrentaria riscos consideráveis ao abandonar o governo paulista, onde é bem avaliado e favorito à reeleição, para disputar a presidência sem garantia de apoio pleno do clã Bolsonaro. O governador tem dito a pessoas próximas que só entraria na disputa se tivesse total controle da própria candidatura, incluindo escolha de vice, marqueteiro e alianças, condição que não vê assegurada no momento.
Nos bastidores, o Centrão trabalhava para construir uma candidatura de Tarcísio ao Planalto sem necessariamente incluir um bolsonarista na chapa, movimento que teria alarmado o grupo do ex-presidente. Com a pré-candidatura de Flávio, articulações pela eventual sucessão de Tarcísio no governo paulista esfriaram: Ricardo Nunes recuou e outros nomes também congelaram seus movimentos. A expectativa é que o governador só anuncie sua decisão em março de 2026, enquanto segue administrando o estado mais poderoso do país e mantendo aberta a possibilidade de uma disputa nacional.










