O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e procuradores que atuaram num acordo de delação premiada considerado o “embrião” da Lava Jato. A Corte atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso relatado ao STF aponta suspeita de fraude no acordo de delação firmado pelo ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia com Sérgio Moro. Garcia foi preso em 2004, por ordem de Moro, acusado de gestão fraudulenta de um consórcio intitulado Garibaldi.
No entanto, o ex-deputado firmou um acordo de delação premiada com a 13ª vara federal de Curitiba, quando Moro era juiz titular. No acordo, foi proposto que Garcia grampeasse integrantes do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do estado em busca de provas para casos que não tinha relação com o seu, em troca de benefícios, como abatimento ou perdão de pena.
Todo o acerto consta dos autos que permaneceram por quase duas décadas sob absoluto sigilo na 13ª vara de Curitiba. Eles só chegaram ao STF quando o juiz Eduardo Appio, hoje afastado da vara, teve conhecimento do conteúdo. As gravações mostram Moro telefonando ao seu réu para dar instruções sobre o processo.