Maceió, 04 de maio de 2025.
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Sinais de vida? Cientistas detectam possíveis bioassinaturas em planeta fora do Sistema Solar

Planeta
This artist's impression shows the planet K2-18b, its host star and an accompanying planet in this system. K2-18b is now the only super-Earth exoplanet known to host both water and temperatures that could support life. UCL researchers used archive data from 2016 and 2017 captured by the NASA/ESA Hubble Space Telescope and developed open-source algorithms to analyse the starlight filtered through K2-18b's atmosphere. The results revealed the molecular signature of water vapour, also indicating the presence of hydrogen and helium in the planet's atmosphere.

Pela primeira vez na história, cientistas identificaram sinais químicos em um planeta fora do Sistema Solar que, na Terra, são produzidos exclusivamente por processos biológicos. A descoberta foi feita no exoplaneta K2-18 b, localizado a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Os dados foram coletados pelo Telescópio Espacial James Webb e publicados na revista The Astrophysical Journal Letters.

Os gases detectados, sulfeto de dimetila (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS), são considerados importantes bioassinaturas. No ambiente terrestre, eles são produzidos apenas por organismos vivos, como o fitoplâncton marinho. Os cientistas destacam que, até onde se sabe, não existe outra forma conhecida, além da atividade biológica, de gerar esses compostos. A análise aponta uma confiança de 99,7% na presença de um ou ambos os gases na atmosfera do planeta, embora ainda haja uma margem mínima de erro.

O planeta K2-18 b é considerado um “sub-Netuno”, com massa cerca de 8,6 vezes maior que a da Terra e diâmetro 2,6 vezes superior. Ele orbita na chamada “zona habitável” de uma estrela anã vermelha, ou seja, a uma distância que permite a existência de água líquida — condição essencial para a vida como conhecemos. As características do planeta tornam sua atmosfera um local promissor para futuras investigações sobre vida extraterrestre.

Apesar da empolgação, os cientistas alertam que a descoberta ainda não confirma a existência de organismos vivos fora da Terra. O que foi identificado é uma possível bioassinatura — a presença de substâncias químicas que podem indicar processos biológicos. Pesquisas futuras com o telescópio James Webb e outras missões espaciais serão fundamentais para aprofundar o entendimento sobre essa descoberta e confirmar se, de fato, há vida além do nosso planeta.