Funcionários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) foram ameaçados por impedirem descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Eles relataram o caso à Polícia Federal em 2020. Designados justamente para coibir fraudes no sistema e descredenciar associações irregulares, eles receberam mensagens com o nome da mãe, modelo de carro e endereços, além da frase “estamos de olho”.
A PF abriu inquérito em Brasília, mas repassou o caso à unidade no Paraná, de onde surgiram as denúncias. Foram listadas dez entidades descredenciadas em 2019 e 2020 por conta de irregularidades. Porém, um mês depois das ameaças, o presidente do INSS à época, Leonardo Rolim, editou uma portaria que transferiu a fiscalização para outro setor.
Tal mudança resultou em uma guinada no controle de descontos. Enquanto as dez associações foram descredenciadas em 2019 e 2020, 30 entidades passaram a ser credenciadas entre outubro de 2020 e até abril de 2024. Nesse período, os descontos passaram a subir de forma escalonada. Ao todo, foram R$ 4,3 bilhões recebidos por tais órgãos.