Uma reportagem publicada nesta sexta-feira (4) pela revista Piauí trouxe à tona uma série de revelações sobre a gestão do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Entre os pontos destacados, está o aumento considerável no salário dos presidentes das federações estaduais, que passou de R$50 mil para R$215 mil mensais, um salto de 440%, desde 2021.
O benefício atinge diretamente os 27 presidentes das federações estaduais de futebol, incluindo Felipe Omena Feijó, presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF). Apesar de ter sido beneficiado com os aumentos, Felipe foi o único dirigente a não votar em Ednaldo Rodrigues na eleição de 2022; contudo, sua aproximação com Ednaldo aumentou e neste ano o alagoano votou pela reeleição de Ednaldo Rodrigues.
Felipe é filho de Gustavo Feijó, ex-prefeito de Boca da Mata (AL) e atualmente inelegível por condenação por abuso de poder. Gustavo se tornou o principal opositor de Ednaldo dentro da CBF e, em 2022, chegou a apresentar uma denúncia contra ele na Comissão de Ética da entidade.
A denúncia acusava, entre outros pontos, justamente os aumentos salariais concedidos aos presidentes das federações estaduais, os mesmos que votaram pela reeleição de Ednaldo nesta semana. De acordo com os dados revelados, Felipe Feijó recebeu R$860 mil ao longo de 2021, sendo R$560 mil apenas entre outubro e dezembro.
A reportagem da Piauí também denuncia que a CBF custeou a viagem de dezenas de pessoas sem vínculo com a entidade para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Além disso, revela contratos milionários da CBF com políticos, filhos de grandes empresários e até com a empresa de um dos filhos do ministro do STF, Gilmar Mendes. As revelações aumentam a pressão por mais transparência dentro da maior entidade do futebol brasileiro.