Ao se posicionar contra o Projeto de Lei da Dosimetria, que deve ser analisado pelo Senado nesta semana, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a ocupar o centro das discussões políticas. O parlamentar afirmou que não votará favoravelmente ao texto, aprovado pela Câmara, por entender que a proposta pode beneficiar criminosos. “Isso não pode e não vai acontecer com o meu voto”, declarou.
A postura, no entanto, reacende questionamentos sobre a própria trajetória de Renan no Congresso e no Judiciário. Em mais de 26 anos de mandato no Senado, o parlamentar acumulou dezenas de investigações, inquéritos e ações no Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo desde crimes contra a honra até apurações ligadas a grandes operações de combate à corrupção, como a Lava Jato, Zelotes e o caso Postalis, fundo de pensão dos Correios.
Renan se tornou réu na Lava Jato em 2019 e já havia enfrentado situação semelhante em 2016, quando o STF recebeu denúncia por peculato no episódio que ficou conhecido como “Renangate”. À época, ele foi acusado de ter despesas pessoais custeadas por lobistas ligados a empreiteiras, incluindo aluguel de imóvel e pensão alimentícia.
Com uma carreira marcada por altos e baixos, o senador agora adota discurso de rigor penal ao rejeitar o PL da Dosimetria. A proposta está na pauta do Senado e promete dividir o plenário, ao alterar critérios de fixação de penas e impactar diretamente condenações em curso e futuras.








