A vítima relatou que viveu um relacionamento abusivo por muitos anos e que demorou a compreender a gravidade do que enfrentava. Para ela, a percepção de violência estava restrita à agressão física, mas hoje entende que há outros tipos de abusos. “Na minha cabeça, eu achava que vivia episódios isolados e extremamente pontuais. O que definitivamente não foi. Isso aconteceu, pelo menos, uma centena de vezes”, contou.
A delegada reforçou a importância de se reconhecer as diversas formas de violência previstas na Lei Maria da Penha. Além das mais conhecidas, física, moral e sexual, também é essencial falar sobre a violência psicológica e patrimonial.
Neste caso, a violência psicológica se configura como qualquer comportamento que cause dano emocional ou psicológico, como humilhação e constrangimento. Já a violência patrimonial ocorre quando o agressor controla os recursos da vítima, destrói bens ou se apropria deles.
Segundo a empresária, o controle emocional exercido pelo ex-companheiro era constante. Ela contou que teve seu escritório destruído por ele e que nunca teve acesso a contas bancárias, nem autonomia financeira.
Para orientar outras vítimas, a delegada Ana Luiza lembrou que é possível registrar boletins de ocorrência presencialmente nas DEAMs, em Maceió e Arapiraca; no Núcleo da Mulher, localizado no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), também na capital; em delegacias dos municípios do interior; ou de forma online. Ela incentivou que as mulheres busquem ajuda para romper com o ciclo de violência.