As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo” revelaram que os conspiradores consideraram o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como parte do golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano previa métodos como explosivos ou envenenamento, e os golpistas avaliaram como “aceitáveis” os possíveis danos colaterais, incluindo a eliminação da equipe de segurança do ministro e até as próprias mortes dos militares envolvidos.
A PF descreveu que o objetivo central era “neutralizar” Moraes, considerado o principal obstáculo à realização do golpe de Estado. Os conspiradores detalharam em um documento oficial as estratégias de execução, incluindo reconhecimento operacional e armamentos necessários. Os “metadados” indicam que o planejamento foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes enquanto ele ainda era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesta terça-feira (19/11), a Operação Contragolpe prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de integrar a trama golpista. Segundo a PF, o plano refletia o nível de radicalização do grupo, disposto a sacrificar vidas para atingir seus objetivos. O documento encontrado na investigação reforça o caráter extremista do projeto, que via o assassinato de Moraes e as mortes subsequentes como um preço “aceitável” para consumar o golpe.