Nos últimos dez anos, o Brasil registrou um aumento de 250% nas picadas de escorpião, uma epidemia silenciosa que já afeta milhões de pessoas. O crescimento está ligado à urbanização desordenada, ao saneamento precário e às mudanças climáticas, fatores que facilitam a proliferação desses aracnídeos nas cidades. Um estudo publicado na revista Frontiers in Public Health alerta para uma possível crise nacional.
O Tityus serrulatus, ou escorpião-amarelo, é a espécie mais perigosa no país, sendo responsável pela maioria dos casos, especialmente no Sudeste. Sua reprodução ocorre sem acasalamento e sua adaptação ao ambiente urbano, principalmente às redes de esgoto, torna o controle ainda mais difícil. Esses escorpiões podem até invadir apartamentos altos, subindo pelos encanamentos.
As picadas desses escorpiões podem ser fatais, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes. O atendimento médico imediato é essencial, mas o acesso ao soro antiescorpiônico ainda é limitado, com o medicamento centralizado em unidades públicas e indisponível em clínicas privadas.