Recentes casos de intoxicação por metanol chocaram o Brasil após o consumo de bebidas adulteradas. O metanol (CH₃OH) é um álcool industrial, utilizado como solvente, combustível e na produção de plásticos e tintas, mas é extremamente tóxico para o corpo humano, mesmo em pequenas quantidades. Diferente do etanol, seu metabolismo gera formaldeído e ácido fórmico, podendo causar danos ao sistema nervoso central, perda de visão, falência de órgãos e até a morte.
Os sintomas iniciais da intoxicação aparecem em até seis horas e incluem dor abdominal, tontura, sonolência, náuseas, vômitos, dor de cabeça e confusão mental. Entre seis e 24 horas, podem surgir visão turva, fotofobia, convulsões, acidose metabólica grave e risco de cegueira irreversível. O tratamento depende de antídotos, como o etanol, que competem com o metanol e retardam a formação de metabólitos tóxicos, além de intervenções médicas de suporte à vida.
O metanol pode aparecer em bebidas alcoólicas de forma acidental, por falhas na destilação, ou de forma deliberada em fraudes, quando substitui o etanol para reduzir custos. Apenas 10 ml já podem causar cegueira, e 30 ml é suficiente para ser letal a um adulto. Especialistas recomendam adquirir bebidas somente em locais confiáveis e verificar a presença de registros e selos de autenticidade.
Segundo o Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), surtos de intoxicação por metanol afetam milhares de pessoas anualmente, com taxas de mortalidade entre 20% e 40%. Desde 1998, foram registrados 40,1 mil casos e 14,3 mil óbitos associados ao consumo da substância em bebidas adulteradas, evidenciando a gravidade do problema de saúde pública.
