Os efeitos da onda de calor extremo que assola o Brasil vão além do desconforto físico, atingindo o bolso dos consumidores. Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, calculado pelo IBGE, revelam aumentos nos preços de alimentos e eletrodomésticos, como ar-condicionado e ventilador. A Associação Brasileira de Refrigeração destaca um incremento de 38% nas vendas de ar-condicionado no segundo semestre, atribuindo-o às mudanças climáticas que dificultam o transporte de mercadorias em Manaus, região afetada pela seca.
O IPCA indica que o preço do ar-condicionado registrou um aumento significativo de 6,09%, o maior desde outubro de 2010. A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia alerta que o mau uso desses aparelhos pode levar ao aumento do consumo de energia, refletindo em contas de luz mais elevadas. Além disso, o aumento recorde na demanda por energia no país, registrado nesta semana, poderá impactar os custos para os consumidores, embora não haja previsão exata do impacto real nos bolsos.
A inflação de alimentos e bebidas também contribui para o encarecimento da cesta básica, com destaque para a alta nos preços da batata-inglesa, cebola, frutas, arroz e carnes. Especialistas apontam a relação direta entre o clima, como secas e queimadas, e o desequilíbrio no agronegócio, impactando a produção e elevando os preços. A necessidade de cuidados com a inflação é ressaltada, enquanto o governo é instado a adotar medidas, como o controle de gastos, a política monetária e decisões sobre reforma tributária, para mitigar os impactos econômicos.