A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se reúne nesta segunda-feira (28) com o ministro Cristiano Zanin Martins, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar convencê-lo a recuar da decisão de lacrar celulares durante os julgamentos relacionados à trama golpista de 8 de janeiro. A medida inédita foi tomada na última terça-feira (22), quando Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, determinou que todos os presentes — advogados, jornalistas, investigados e até parlamentares — entregassem seus aparelhos antes de entrar no auditório para acompanhar a análise das denúncias.
A decisão gerou forte reação entre os advogados, que consideraram a medida excessiva. Apesar das críticas, a iniciativa contou com o apoio dos demais ministros da Primeira Turma, preocupados com possíveis transmissões ao vivo ou gravações feitas durante as sessões, que poderiam incluir ataques à Corte e seus membros. A preocupação aumentou após episódios como o de Jair Bolsonaro, que utilizou seu celular para fazer postagens nas redes sociais enquanto era julgado.
Este episódio marca uma ruptura com a tradição da Suprema Corte, onde até então o uso de celulares em julgamentos não havia sido formalmente restringido. A OAB vê a medida como um prejuízo às prerrogativas da advocacia e busca, na reunião com Zanin, restabelecer o direito ao uso dos dispositivos durante as sessões reservadas, especialmente em julgamentos sensíveis como os que envolvem a tentativa de golpe.