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Mulheres denunciam dono de academia em Maceió por assédio, estupro e violência psicológica; ele nega

Imagem: Reprodução

Quatro mulheres, entre elas a ex-esposa, registraram boletins de ocorrência, na última semana (com exceção da ex-esposa que havia registrado antes), contra o proprietário da academia FocoFitness da unidade Aldebaran, em Maceió. As denúncias são de assédio sexual, estupro e violência psicológica. Alisson Santos, o dono da academia, nega todas as acusações e afirma ser inocente (leia mais abaixo).

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Em entrevista exclusiva ao Eufêmea, as mulheres, que pediram para não serem identificadas, afirmaram que o comportamento do homem chamava a atenção e que seguia o mesmo modo. “Ele sempre pedia abraços e, quando nos abraçava, encostava em nós de forma envolvente”, disse uma delas.

“Além disso, ele chamava as mulheres individualmente para a sala dele, apagava a luz, trancava a porta e praticava o assédio”, acrescentou.

Ainda conforme os relatos, ele tinha o hábito de beijar as mulheres no rosto e fazia uma “brincadeira” de tentar tirar o sutiã de algumas recepcionistas com uma mão só. “Ele se achava por causa disso”, relatou outra mulher.

Três das quatro mulheres relataram casos de assédio sexual, enquanto uma delas também denunciou estupro dentro da própria academia.

“Eu disse que não queria”

Uma das vítimas falou como o assédio começou de forma sutil, com comentários e gestos que ela julgava inadequados em uma relação de trabalho.

“Ele falava manso, me pedia abraços quase sempre, fazia perguntas da minha vida pessoal. Tudo muito impróprio para um chefe”, afirmou.

Ela diz que o comportamento piorou quando, certo dia, ele a chamou para uma sala com a luz apagada, trancou a porta e tentou beijá-la. Ela acrescenta que foi abusada sexualmente por ele.

“Eu disse que não queria, mas ele me virou para a parede, tirou minha roupa e me violentou. Foi tudo muito rápido. Fiquei em choque e só consegui sentir medo. Não entendi o que tinha acontecido”. Após o caso, a funcionária relatou que ficou com medo de contar e decidiu “seguir em frente”.

“Desceu a mão”

Outra funcionária, com menos tempo na academia, contou que logo percebeu que havia algo errado na forma como o dono da academia se aproximava. “Ele fazia perguntas invasivas, sobre a minha vida pessoal, coisas que um chefe não deveria perguntar”, disse.

Em um dia específico, ela diz que foi chamada para a sala dele e, assim como as outras, foi abordada com comportamentos inapropriados. “Achei que tinha cometido algum erro no trabalho, mas ele apagou a luz, trancou a porta e começou a passar a mão nas minhas costas, descendo a mão. Eu corri e saí da sala”.

A mulher conta que chegou a desacreditar de si e a se questionar o que tinha de errado com ela. Por medo e para manter o emprego, ela decidiu se calar.

Terceira mulher

Uma terceira mulher relatou uma experiência semelhante: carícias, perguntas de cunho pessoal e abraços apertados.

“Ele passou a mão na minha coxa e, um dia, me colocou contra a parede em uma sala escura e trancada, tentando me beijar. Não contei na época porque a esposa dele estava gestante e eu precisava do meu emprego”.

Medida protetiva uniu vítimas

As mulheres se uniram quando a ex-esposa dele solicitou medida protetiva alegando ameaças e injúria. Ao informar às funcionárias que a Justiça concedeu a medida, os relatos começaram a chegar.

“Alguns comentários chegaram até mim, e então tivemos uma conversa. Ao percebermos que todas estavam na mesma situação, as mulheres decidiram se unir e registrar os boletins de ocorrência”, disse.

Ao Eufêmea, essa quarta vítima, ex-esposa dele, contou que ele constantemente a manipulava emocionalmente, dizendo que ninguém a aceitaria se ele a deixasse.

“Ele me duvidava da minha sanidade, me desestabilizava emocionalmente. Dizia para todos que tínhamos um relacionamento aberto, mas isso nunca foi verdade”, reforça.

Outro lado

Em entrevista ao Eufêmea, Alisson, negou as acusações e afirmou nunca ter praticado assédio. “Sempre fui uma pessoa educada, que gostava de apertar as mãos, perguntar como elas estavam, mas nunca cometi assédio contra nenhuma funcionária. Já fazia questão de tocar nos ombros ou nas costas justamente para não parecer assédio”.

Em relação à acusação de violência psicológica, ele declarou que, durante todo o relacionamento com sua ex-esposa, sempre a respeitou, nunca aumentou o tom de voz e não cometeu nenhum tipo de abuso emocional.

“Pelo contrário, sempre a incentivei. Fizemos terapia, mas nosso relacionamento já não existia mais; éramos dois amigos vivendo na mesma casa. Tentei me separar algumas vezes, mas ela sempre ficou mal e não aceitava”, disse.

Quanto à acusação de estupro, Alisson admitiu que houve uma “relação sexual com uma funcionária dentro da academia”, mas alegou que a relação foi consensual, já que os dois mantinham um relacionamento.

Alisson acredita que essas denúncias surgiram após ele ter solicitado a divisão do patrimônio com sua ex-esposa.

“Depois da separação, estávamos bem; mas quando começaram a falar sobre a terceira unidade da academia, tudo isso veio à tona. Elas nunca falaram sobre isso antes. Eu sou inocente”, conclui.

Fonte: Eufêmea | Cada Minuto

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