Maceió, 16 de junho de 2025.
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Mulher acusa racismo ao ser demitida de loja em Maceió por uso de tranças: “Remete a perfil de hippie”

A vendedora Gabriela Barros, de 23 anos, foi demitida de uma empresa de consórcios e cartas de crédito localizada no Centro de Maceió após adotar tranças nagô, um penteado tradicionalmente ligado à cultura negra. O caso aconteceu no início de março. Ao chegar para trabalhar com o novo visual, Gabriela foi informada pela gestora de que aquele tipo de cabelo não era aceito no ambiente profissional.

Mesmo tendo retirado a trança, dias depois ela decidiu colocar uma nova, segundo suas palavras, “mais comum”. Ainda assim, foi advertida. A gestora afirmou que remetia a um “perfil de loja hippie” e que não combinava com o perfil da empresa. Gabriela foi orientada a retirar as tranças novamente, mas optou por mantê-las. No dia seguinte, quando compareceu ao trabalho, foi demitida pela gestora na frente de toda a equipe. A situação foi registrada em áudio pela própria funcionária, onde é possível ouvir a ameaça de que, caso retornasse com as tranças, seria mandada de volta para casa.

A jovem classificou a negativa ao cabelo como uma decisão estética, e não funcional. “É um cabelo. Não vai interferir na questão do atendimento. Não é só estética, é também uma questão de ancestralidade”, declarou. O advogado de Gabriela, Pedro Gomes, afirmou que vai acionar a Justiça com um pedido de indenização por danos morais.