O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ainda não descartou a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Complexo Penitenciário da Papuda. Segundo auxiliares, a decisão de manter o ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal, onde já estava preso preventivamente, foi tomada para evitar tumultos e mobilização de apoiadores, embora a condenação da Primeira Turma já previsse regime inicial fechado.
A ideia inicial de Moraes era enviar Bolsonaro diretamente para a Papuda, mas o ministro recalculou a estratégia após a violação da tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. A avaliação, reforçada por interlocutores da PF, é de que neste momento seria melhor manter a custódia como está.
Assessores próximos afirmam que Moraes tem adotado uma política de “derrotas graduais” ao ex-presidente: primeiro a tornozeleira, depois a prisão domiciliar, em seguida a preventiva, e que essa lógica também se aplicará à execução da pena.
A possibilidade de transferência futura ficou sugerida na decisão que afirma que, “enquanto o custodiado permanecer na PF”, serão seguidas regras específicas de visitação. O termo “enquanto” indica caráter temporário. Uma hipótese estudada é que Bolsonaro seja enviado à Papuda após o Superior Tribunal Militar (STM) decidir sobre a perda de sua patente, julgamento previsto para o próximo ano.
