Em 30 de outubro de 2023, o Brasil celebrou o primeiro aniversário da vitória de Lula nas eleições presidenciais, um triunfo conquistado por uma margem estreita de 2,1 milhões de votos a mais do que seu adversário, Jair Bolsonaro. Embora Lula tenha assegurado a maioria dos votos no Nordeste, a capital alagoana, Maceió, permaneceu como uma exceção notável. No segundo turno, Bolsonaro recebeu 273.549 votos (57,18%), superando Lula, que obteve 204.887 votos (42,82%), uma diferença de 68.662 votos. Esta tendência persistiu em um estudo recente que avaliou a popularidade do presidente e seu governo nas capitais brasileiras.
O levantamento, conduzido pelo Jota Pro em setembro, comparou os resultados de Lula no segundo turno com as avaliações de bom/ótimo/ruim/péssimo em 22 cidades onde foram realizadas pesquisas por institutos renomados. No Nordeste, 28% dos entrevistados avaliaram o governo de Lula como ruim ou péssimo. No entanto, Maceió se destacou com 38% de rejeição, indicando uma insatisfação considerável em relação ao presidente. Outras capitais nordestinas, como Natal (32%), Aracaju (31%), Recife (28%), Teresina (24%), Salvador (22%) e Fortaleza (20%), mostraram índices inferiores de descontentamento.
Luciana Santana, cientista política e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), analisou o cenário. Ela explicou, em entrevista ao portal G1 que, historicamente, o PT enfrenta dificuldades em Maceió devido à concentração de renda e desigualdade social. A cidade, marcada por uma elite econômica conservadora, historicamente não aderiu às mudanças propostas pela esquerda. Santana apontou para a necessidade de equilibrar as políticas sociais para superar a resistência de uma parte da sociedade maceioense à agenda progressista.