O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira (28), a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Em entrevista à TV Record, o petista afirmou que não há disposição do governo americano em abrir diálogo sobre o tema e classificou a postura do presidente Donald Trump como autoritária.
Segundo Lula, mesmo com esforços de negociação conduzidos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo chanceler Mauro Vieira, não houve retorno de Washington. O presidente lembrou que uma reunião marcada entre Haddad e o secretário do Tesouro americano foi cancelada para que o representante dos EUA se encontrasse com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Eu tenho o Alckmin (vice-presidente), o Haddad (ministro da Fazenda), o Mauro Vieira (ministro das Relações Exteriores), são meus negociadores. Até agora, a gente não conseguiu falar com ninguém nos Estados Unidos. Nem o Mauro conseguiu falar, nem o Alckmin. E o Haddad estava com uma reunião com o secretário de tesouro, que suspendeu a reunião e foi se reunir com o deputado Eduardo Bolsonaro. É uma demonstração da falta de seriedade nessa relação com o Brasil”, criticou.
O petista destacou ainda que o impacto da medida não recairá apenas sobre a economia brasileira, mas também sobre os consumidores dos Estados Unidos. “Quem está pagando mais caro é o povo americano. Quem vai comprar o café mais caro, as máquinas mais caras, é o povo americano. Isso vai surtir na inflação americana, eu quero saber até quando o Trump vai segurar isso”, disse.
O tarifaço, em vigor desde 6 de agosto, atinge cerca de 35,9% das mercadorias exportadas pelo Brasil ao mercado americano, gerando tensão nas relações comerciais entre os dois países. Lula afirmou, no entanto, que continua aberto à negociação. “A hora que eles quiserem negociar, o Lulinha ‘paz e amor’ está de volta. Não tem erro”.









