O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a questionar, nesta segunda-feira (8), a eficácia das tornozeleiras eletrônicas no combate à violência contra a mulher. Durante discurso na abertura da 14ª Conferência da Assistência Social, em Brasília, Lula afirmou que o equipamento não é suficiente para conter agressores e citou o episódio envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentou romper o dispositivo. “Tornozeleira não adianta, se até um ex-presidente que tentou dar golpe tentou tirar”, ironizou.
Lula destacou que pretende convocar todos os Poderes da República para debater medidas mais rígidas e eficazes de proteção às mulheres. Ele defendeu que a mudança de comportamento dos homens é fundamental para reduzir os casos de agressões e feminicídios, mas ressaltou que o Estado também deve aprimorar os mecanismos de denúncia e segurança.
O presidente reforçou que a educação terá papel central nesse processo e propôs um esforço conjunto envolvendo Congresso Nacional, STF, tribunais estaduais, lideranças religiosas e entidades sociais. Segundo ele, a resposta à violência precisa ser ampla e articulada: “É importante que o governo facilite a denúncia, mas a verdade nua e crua é que nós, homens, temos que mudar de comportamento”.
Na semana passada, durante agenda no Ceará, Lula já havia sinalizado que pretende liderar um movimento nacional para enfrentar a violência contra a mulher de forma integrada. Ele afirmou que pretende dialogar com Executivo, Legislativo e Judiciário para fortalecer políticas de prevenção e punição, reforçando que agressões não podem ser toleradas em nenhuma circunstância.









