Lira destaca defesa da democracia, comenta apoio a Bolsonaro nas eleições e aborda temas polêmicos durante a entrevista ao “Roda Viva”

Na noite desta segunda-feira (31), o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, foi o convidado especial do programa televisivo “Roda Viva”, transmitido pela TV Cultura. Durante a entrevista, Lira abordou assuntos delicados, como as falas antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro e como lidou com a situação no ano de 2022.

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Um dos jornalistas participantes, Aguirre Talento, questionou Lira sobre sua defesa da democracia, recordando o apoio que o presidente da Câmara ofereceu a Bolsonaro durante as eleições. Lira rebateu, enfatizando que sempre defendeu a legitimidade das urnas e que respeitaria o resultado do pleito eleitoral. “Em todas as oportunidades que a democracia esteve em risco, estive ao lado dela. Você lembra de um posicionamento meu onde disse sobre a luz amarela? Dei um freio. Mas a minha função é conduzir um parlamento com votações importantes para o Brasil, e não censor do presidente da República. Discordo e concordo com muita coisa. Por isso apanho do bolsonarista radical e do petista radical. Os dois lados batem em mim porque não sou radical”, afirmou Lira.

O presidente da Câmara também respondeu a uma possível pergunta sobre um impeachment de Bolsonaro, declarando que nunca viu condições necessárias para instalar um pedido de impedimento. Outra questão levantada durante a entrevista foi a ilegibilidade de Bolsonaro. Ao ser questionado pela apresentadora Vera Magalhães, Lira se esquivou de comentar as decisões judiciárias, afirmando que não procura conflitos com o Executivo ou o Judiciário. Magalhães insistiu e perguntou sobre a diferença de votações importantes no Congresso entre os governos Lula e Bolsonaro. O presidente da Câmara ressaltou seu empenho junto aos líderes partidários, destacando a aprovação da PEC da transição e do Arcabouço, projetos que, segundo ele, garantiram tranquilidade para o atual governo trabalhar.

Apesar de ter votado em Bolsonaro nas eleições, Lira destacou que, mesmo não sendo seu candidato vitorioso, não permite que isso afete sua atuação. Ele ressaltou que tanto ele quanto Lula foram eleitos democraticamente e que o foco é trabalhar pelo país. “Eu digo, e todos sabem, não votei no presidente Lula. Votei em Bolsonaro. O fato de ter votado nele e não ter ganho, não tenho que ser cético para confundir as coisas. Eu fui eleito, Lula também, a democracia está posta e todos os trabalhos são para isso. O nosso trabalho, com os líderes partidários, deu tranquilidade para esse governo trabalhar. Se não fosse a PEC da Transição, o governo estava batendo cabeça. Se não fosse o Arcabouço, estava travado. E a tributária, que ninguém acreditava, vai dar uma amplitude para o país que será vista daqui a alguns momentos”, concluiu Artur Lira.

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