Leandro e Thiago Ramos, fundadores da plataforma Kabum, intensificaram a disputa judicial contra o Magazine Luiza e o Itaú, alegando conflito de interesse na venda de sua empresa. Em petições recentes, eles sustentam que o Itaú exerce controle significativo sobre o Magazine Luiza, especialmente por meio da parceria na Luizacred, uma joint venture que financia as compras no varejo e concede crédito pessoal e consignado, destacando o banco como “principal beneficiário” das operações do Magalu.
Os Ramos argumentam que, ao financiar produtos e oferecer serviços nos pontos de venda do Magalu, o Itaú assegura exclusividade, resultando em estreita dependência financeira entre as empresas. Documentos judiciais mencionam que empregados do Magazine Luiza emitiram milhões de cartões de crédito do Itaú, fortalecendo o vínculo alegado. A disputa se acirra com sentenças trabalhistas, onde mais de 50 decisões da Justiça do Trabalho reconheceram direitos dos empregados do Magalu em termos sindicais e salariais, reforçando uma conexão que os advogados dos irmãos buscam associar ao perfil de uma instituição bancária.
O conflito teve início em 2023, quando os irmãos denunciaram a falta de clareza sobre o possível conflito de interesses do Itaú BBA na venda da Kabum ao Magazine Luiza em 2021. Entre os argumentos, estava a relação entre o CEO do Magalu e o diretor de fusões do Itaú BBA, o que teria influenciado a negociação. A nova estratégia amplia o foco ao tentar estabelecer que o Magazine Luiza é essencialmente um “braço financeiro” do Itaú para o atendimento de crédito de baixa renda, com argumentos que agora envolvem a parceria Luizacred e indícios registrados na SEC, a Comissão de Valores dos Estados Unidos.