Em entrevista a essa redação, o Cacique Xiquinho Pankaxurí, líder da recém-formada etnia Pankaxurí, da Aldeia Cachoeira do Tamanduá, expôs as dificuldades enfrentadas por sua comunidade, composta por 27 famílias, além de crianças e mulheres em resguardo, incluindo recém-nascidos.
Segundo ele, a comunidade tem sido alvo de pressões e invasões, gerando preocupações com a segurança e o bem-estar dos indígenas. Ele apelou às autoridades judiciais para que tomem medidas urgentes a fim de garantir a proteção da aldeia.
“Antes eu era cacique da aldeia Monte Alegre, mas hoje nós optamos por se dividir e lutar individualmente pela minha família. Como nós somos Xukuri Cariri, somos também Pancararu, porque o meu avô é de lá da aldeia Brejo dos Padres, do povo Pankaruru do estado de Pernambuco, e minha avó Xukuri Cariri de Palmeira dos Índios. Então eu fiz uma junção desses dois povos e criamos essa etnia chamada Pankaxurí que está aqui na divisa de Alagoas com Pernambuco”, destaca Xiquinho.
O cacique destacou a complexidade étnica da comunidade, que é uma junção dos povos Xukuri Cariri e Pancararu. Esse novo grupo é conhecido como Pankaxurí e está localizado na divisa entre Alagoas e Pernambuco. A comunidade, formada por 27 famílias, enfrenta desafios relacionados à falta de moradia adequada para todas as famílias.
Xiquinho relatou que a terra ocupada pela aldeia é alvo de interesses diversos, incluindo o Iteral, lutando pelo estado para implantar um perímetro irrigatório, e grupos de sem-terra apoiados pelo Incra. Ele enfatizou que a terra já foi demarcada para os indígenas, mas questões relacionadas a acordos e alterações persistem.
Durante uma reunião com o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi discutido um relatório antropológico preliminar elaborado pela antropóloga Claúdia Mura, que busca contar a história do povo Pankaxurí.
A comunidade indígena está reivindicando ações imediatas, destacando três itens principais: assistência de saúde indígena diferenciada, educação escolar indígena diferenciada e, acima de tudo, o reassentamento urgente. O cacique ressaltou que o atual local de ocupação está em condições precárias, sem segurança, e que o prédio onde estão abrigados foi interditado pela defesa civil devido ao risco de desabamento.
A Aldeia Cachoeira do Tamanduá, liderada pelo Cacique Xiquinho Pankaxurí, enfrenta pressões e invasões, colocando em risco a segurança de cerca de 60 indígenas Pankaxurí, incluindo crianças e mulheres.
A comunidade, formada pela junção dos povos Xukuri Cariri e Pancararu, conhecida como Pankaxurí, está localizada na divisa de Alagoas com Pernambuco. A terra disputada por interesses como Iteral e sem-terra é reivindicada pelos indígenas, que buscam reconhecimento étnico e urgente reassentamento devido a condições precárias de moradia.
O cacique destaca a degradação do local, apelando a órgãos competentes por ações imediatas, incluindo cadastro, assistência de saúde e educação diferenciadas. A Funai e autoridades são instadas a garantir o reassentamento e preservar a identidade étnica do povo Pankaxurí.
Diante dessas adversidades, a comunidade Pankaxurí espera que as autoridades competentes, especialmente a Funai, atuem de forma eficaz para garantir o reassentamento urgente e a preservação de sua identidade étnica, em meio às pressões e ameaças que enfrentam em seu território tradicional.