Envolvido em uma série de supostos atos de corrupção desde que assumiu o cargo de diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) em 2015, Gustavo Ressurreição Lopes teve seu poder limitado para evitar desgastes para a gestão do governador Paulo Dantas (MDB). Para isso, um Conselho Administrativo foi criado para fiscalizar e julgar as ações do presidente da autarquia.
O advogado Flávio José Barbosa da Silva Júnior foi nomeado pelo governador para presidir o Conselho Administrativo e frear as decisões de Gustavo Lopes, que antes eram tomadas de forma isolada. Lopes chegou a ser acusado de favorecer amigos com a concessão de licenças ambientais e foi denunciado por um empresário por supostamente cobrar propina para autorizar obras embargadas pelo IMA.
Em 2019, o empresário Robson Bernardo Calixto acusou a gestão de Gustavo Lopes no IMA de sediar esquema criminoso com o objetivo de ganhar dinheiro a partir de licenças ambientais. À época, a autarquia afirmou que o denunciante usava das acusações para tentar forçar a liberação ambiental sem a documentação necessária.
Isso resultou na necessidade de o IMA ter dois presidentes, o que gera mais despesas para autarquia. Uma fonte interna revelou que, “chega a ser constrangedor participar de reuniões onde duas pessoas disputam o comando de uma instituição. Isso é inédito no Brasil”.
Segundo dados do Portal da Transparência do Governo de Alagoas, o presidente Flávio Barbosa Júnior tem uma remuneração líquida de R$ 12.760,47. Já o presidente Gustavo Lopes, o salário de R$ 15.262,74. As informações são correspondentes ao mês de julho de 2023.
Vale destacar que o advogado Flávio Barbosa Júnior é ligado ao presidente da Assembleia Legislativa Estadual (ALE), Marcelo Victor (MDB), e teria “carta branca” para tomar decisões que possam evitar que a credibilidade da gestão do governador Paulo Dantas (afilhado político de Victor) seja colocada em risco.