Duas mulheres transexuais foram presas nesta sexta-feira (3), em uma casa de prostituição em Delmiro Gouveia, no Sertão de Alagoas. Sheila Rodrigues da Silva, 22, e Willyane Santos de Jesus, 21, estavam foragidas de Aracaju, em Sergipe, pelos crimes de extorsão, roubo e associação criminosa.
Conforme as informações da Polícia Civil de Sergipe, a investigação iniciou em abril deste ano quando foram identificados boletins de ocorrência em que as vítimas narraram crimes de extorsão praticados por garotas de programa transexuais em Aracaju.
As mulheres utilizavam dos programas sexuais para extorquir, por meio de violência física, as vítimas e obter vantagens financeiras. As duas e pelo menos outras quatro mulheres trans seriam integrantes de uma quadrilha especializada em roubos em Aracaju.
“No decorrer das investigações, sentimos um aumento de boletins de ocorrência em casos desse tipo, especialmente em períodos de festividade. Foi uma investigação delicada e que durou um certo tempo por conta do tipo de crime e por conta das pessoas envolvidas, tanto as investigadas, quanto das vítimas”, explicou a delegada Luciana Pereira, detalhado o resultado da operação.
Em algumas abordagens, após os programas, as investigadas diziam que precisavam de carona. “Nesse momento, geralmente era uma ou duas mulheres, e, posteriormente, chegavam mais três ou quatro mulheres trans. Elas constrangiam as vítimas e as ameaçavam, inclusive agindo com violência mediante uso de faca. Assim, conseguiam transferências PIX ou pagamentos em maquinetas”, afirmou a delegada.
A atuação das mulheres também envolvia a gravação em vídeo das ações. “Elas filmavam e as outras começavam a pegar cartões e contas, obrigando que a vítima digitasse a senha, fizesse transferências bancárias ou ainda passassem os cartões em maquinetas que elas tinham em mão”, acrescentou a delegada Giselle Martins, integrante da Delegacia de Turismo (Detur), unidade policial que investigou o caso.