Um estudo realizado na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS) apontou que a prevalência do HIV está 64% acima do limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A taxa estimada foi de 1,64% da população com HIV, superando o patamar de 1% estabelecido pela entidade para indicar que a epidemia está sob controle. O dado acende um alerta para uma possível epidemia silenciosa de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no país.
A pesquisa, conduzida pelo Hospital Moinhos de Vento, utilizou uma metodologia ativa de testagem da população, diferente dos dados tradicionais, que consideram apenas pessoas que buscam atendimento médico. Especialistas apontam que o modelo padrão pode esconder uma subnotificação dos casos e indicar um cenário ainda mais grave de disseminação da doença.
Apesar da taxa de mortalidade por Aids ter atingido o menor nível da última década, com 3,9 mortes por 100 mil habitantes em 2023, os casos de infecção por HIV aumentaram. Foram 46.495 novos registros no ano passado, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Até junho de 2024, já são quase 20 mil novos casos. Os diagnósticos de Aids também cresceram 2,5% em comparação a 2022.
O perfil dos infectados em 2023 revela que 70,7% são homens, 63,2% são pessoas pretas e pardas e 53,6% são homens que fazem sexo com homens.











