Milhares de estudantes brasileiros que foram à Argentina em buscando cursar medicina a um custo mais acessível foram surpreendidos por aumentos de preços acima da inflação, anunciados pelo governo de Javier Milei. Alguns interromperam seus estudos e retornaram ao Brasil, enquanto outros decidiram recomeçar a formação no Paraguai.
De acordo com dados do Ministério do Capital Humano da Argentina, com base em números de 2022, há 20.255 estudantes brasileiros de medicina no país. Desses, 12.131 estão matriculados em instituições públicas. Entre os 8.124 restantes, cerca de 6 mil estudam na Universidade Barceló, onde os brasileiros representam 75% das vagas, conforme informações do centro acadêmico da instituição.
Em uma das sedes da universidade, localizada em Santo Tomé, na fronteira com São Borja (RS), a Barceló já aplica um aumento de 25% nas mensalidades para estudantes brasileiros. Enquanto o índice de preços ao consumidor da Argentina subiu 106,98% desde janeiro deste ano, e deve fechar 2024 abaixo de 120%, mas os aumentos na Barceló chegaram a 325%.
