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Estado aposta no confronto ao lidar com protesto de policiais civis

O que era para ser uma mobilização legítima por direitos se transformou, nesta quarta-feira (14), em um triste retrato do autoritarismo estatal. Policiais civis, que protestavam em frente à sede da Procuradoria Geral do Estado de Alagoas (PGE) pela adequação salarial, se viram cercados por colegas de farda: a Polícia Militar foi acionada para conter o ato, sob a justificativa de que os manifestantes bloqueavam o acesso ao prédio.

A cena escancarou um Estado que, em vez de dialogar, opta por colocar suas próprias forças de segurança em confronto. Um jogo perigoso, que mina a coesão entre instituições fundamentais e expõe a falta de compromisso do Governo com a valorização do funcionalismo público, justamente daqueles que arriscam a vida todos os dias.

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) reagiu com repúdio. Em nota, acusou o secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, de omissão e indiferença diante das reivindicações da categoria. E ainda classificou como “irresponsável e autoritária” a decisão de acionar a PM contra os manifestantes, criando um ambiente de tensão e risco entre servidores que deveriam atuar em sintonia.

Desde 2023, o Sindpol está negociando com o Governo do Estado a implantação da majoração da carga horária, decorrente do aumento de 30 horas para 40 horas semanais, ocorrido em 2006, sem a devida compensação financeira. Mais de 50% da categoria já conquistaram o direito na Justiça.

Ao tentar deslegitimar o protesto e apresentar os manifestantes como ameaça ao equilíbrio fiscal, ignora o fato de que mais da metade da categoria já teve reconhecido judicialmente o direito à compensação pelo aumento da carga horária, um direito ignorado há quase duas décadas.