12 de dezembro de 2025
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Esquema com metanol em bebidas falsificadas causa mortes e acende alerta nacional

A morte de três pessoas e a intoxicação de outras dez em São Paulo acenderam um alerta gravíssimo sobre o perigo contido em bebidas alcoólicas falsificadas. O responsável pelas tragédias é o metanol, um tipo de álcool industrial extremamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. A substância, que tem seu uso legal restrito a combustíveis e produtos de limpeza, está sendo utilizada por criminosos para “batizar” destilados populares, vendidos a preços baixos em bares, baladas e comércios, colocando a população em risco iminente a cada gole.

As investigações revelam que o esquema é muito maior do que casos isolados. Fontes da segurança pública indicam que facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) estão por trás da logística, aproveitando a mesma rota do metanol que antes era usada para adulterar gasolina. Os números do mercado ilegal impressionam: estima-se que 36% das bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil sejam falsas, um setor que movimenta mais de R$ 50 bilhões por ano para o crime e gera um prejuízo de R$ 80 bilhões em impostos não arrecadados. A prática transforma um crime de fraude em um problema de saúde pública de escala nacional.

Diante da crise, o Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma recomendação urgente para que consumidores e comerciantes redobrem a atenção. A orientação é clara: desconfiar de preços muito abaixo do mercado, verificar a integridade do lacre da garrafa e a presença do selo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), além de ficar atento a erros de ortografia nos rótulos. Qualquer alteração na cor, no cheiro ou a presença de um sabor amargo e estranho são sinais de adulteração. A instrução final das autoridades é enfática: na dúvida, não consuma e denuncie.