O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira (6) rumores de desentendimento com o colega Alexandre de Moraes, após ter discordado de parte de seu voto no julgamento do chamado “núcleo 4” da trama golpista. Após a divergência, Fux passou a ser exaltado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro como um possível contraponto à atuação de Moraes na Corte.
Durante a sessão, Fux destacou a longa amizade com Moraes e afirmou que divergências fazem parte da atuação em um tribunal colegiado.
“Eu e o ministro Alexandre temos uma amizade anterior à entrada dele no Supremo. Respeito muitíssimo seu trabalho e, exatamente por nossa convivência de há muito, tenho certeza de que ele também respeita minhas posições divergentes” afirmou. “O que há aqui não é discórdia, é dissenso”.
A fala de Fux ocorreu após discordar da pena imposta por Moraes à ré Débora Rodrigues, condenada a 14 anos de prisão por participação nos atos golpistas. Apesar de ter sido voto vencido, o ministro passou a ser citado por bolsonaristas como símbolo de moderação no STF. Segundo a colunista Bela Megale, seu voto será destacado no ato convocado por Bolsonaro em Brasília a favor da anistia aos condenados do 8 de janeiro.
Ainda durante o julgamento, Moraes reforçou que não há mal-estar entre os dois:
“Um tribunal é um órgão colegiado exatamente para debater e cada um apontar sua posição. Vão ter que fazer muito mais para me colocar contra Vossa Excelência e vice-versa” declarou Moraes, em tom descontraído.
Na primeira sessão sobre o caso, Fux também havia discordado da competência do plenário para julgar a denúncia, defendendo que o processo deveria tramitar na Primeira Turma.