No primeiro dia de aplicação do Enem 2025, realizado neste domingo (9), umas das 90 questões da prova chamou atenção ao abordar a pressão estética do corpo feminino. O exame citou a atriz Paolla Oliveira como exemplo de figura pública que enfrenta críticas e comentários sobre a sua aparência, reflexo da padronização da beleza e das cobranças sociais que são impostas às mulheres.
Nos últimos anos, Paolla tem sido uma voz ativa contra esses padrões, expondo nas redes sociais os ataques e julgamentos que recebe por seu corpo e defendendo a autoaceitação. O texto da questão também amplia o debate ao mencionar casos como o de Margot Robbie, criticada por “não ser bonita o suficiente” para interpretar a Barbie, e ao citar a escritora Naomi Wolf, que em 1991 definiu a dieta como “o sedativo político mais potente na história das mulheres”.
Para Rebeca Monteiro, professora de filosofia do CED 02 do Paraná, as temáticas de direitos humanos abordadas no exame são reflexo de uma educação pensada sobre debates contemporâneos, já que as legislações que regem esse sistema cobram tais aspectos para a construção de indivíduos integralmente formados.
O enunciado menciona a “padronização da beleza feminina”, que já tem um histórico construído e reforçado pela mídia, pela publicidade e, mais recentemente, pelas redes sociais. Rebeca cita a escritora e filósofa inglesa Mary Wollstonecraft ao afirmar que “os direitos da humanidade têm sido confinados à linha masculina desde Adão”, sendo difícil conceber quando se inicia esse processo, mas que é reforçado por Hollywood, por exemplo.







