Nesta quarta-feira (10), completam-se dois anos do rompimento de parte da mina 18 da Braskem, localizada na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió. O incidente, registrado em 10 de dezembro de 2023, provocou tremores na região e fez a superfície da mina ceder 12,5 centímetros em apenas 24 horas. Desde o primeiro alerta de risco, toda a área permanece desocupada. O afundamento acumulado atingiu 2,35 metros desde 30 de novembro daquele ano.
Dias após o rompimento, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto do Meio Ambiente (IMA) analisaram amostras da água da lagoa coletadas antes e depois do episódio. Os estudos apontaram que não houve alteração significativa na qualidade da água, descartando, naquele momento, impactos diretos do incidente sobre o ecossistema aquático da Lagoa Mundaú.
Seis meses depois, a Defesa Civil divulgou que não havia mais risco de colapso imediato em nenhuma das 35 minas de sal-gema existentes na capital alagoana. Apesar da redução do risco, o órgão manteve o monitoramento permanente da região e reforçou que a área atingida segue sem condições de ocupação.
A tragédia da mina 18 se soma a um processo que já se arrastava havia anos. Desde o surgimento das primeiras rachaduras em imóveis e vias públicas, atribuídas à atividade de mineração da Braskem, o impacto urbano se ampliou de forma contínua, levando autoridades a declarar a desocupação total das áreas de risco.
Em cinco anos, mais de 14 mil imóveis foram evacuados em cinco bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol, afetando aproximadamente 60 mil moradores. O caso se consolidou como um dos maiores desastres ambientais e urbanos da história do Brasil, marcando profundamente Maceió e deixando um passivo social, econômico e ambiental ainda longe de ser superado.
O Agora Alagoas entrou em contato com a defesa civil de Maceió que reforçou que continua monitorando de forma contínua toda a região afetada pelo afundamento do solo provocado pela mineração, bem como a região das minas. Além disso, o orgão também afirma que a região não apresenta nenhum sinal de alerta no momento.











