A acirrada disputa pelo poder político em Alagoas entre o senador Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira está causando preocupação para o Governo Lula, particularmente em um ano pré-eleitoral, quando as tensões se intensificam e o ambiente político se torna mais turbulento.
Como presidente da Câmara dos Deputados e líder do Centrão, Lira está empenhado em consolidar sua liderança política no Estado a qualquer custo, mesmo que isso implique em mais atraso, pobreza e dificuldades para a população alagoana. Por outro lado, Renan Calheiros exige de Lula a mesma lealdade que sempre manteve entre eles, independentemente das circunstâncias políticas. Enquanto isso, Lira busca contrapartidas caras pelo apoio ao Governo Lula, estabelecendo uma aliança com prazo de validade.
O presidente Lula, em busca de equilíbrio, distribui cargos e emendas para ambas as partes, mas a ambição pelo poder supera qualquer possibilidade de acordo, mesmo que isso signifique melhores condições para inúmeras famílias alagoanas que vivem em situações precárias. Alagoas, o segundo menor Estado do Brasil, conquistou sua posição na história do país com a resiliência de seu povo.
No entanto, a ambição desmedida de suas elites políticas muitas vezes tem prevalecido sobre os interesses maiores do Estado e sua população, resultando em indicadores de desenvolvimento lamentáveis e um grande contingente de famílias vivendo em condições precárias. Em um cenário em que 544 mil famílias alagoanas sobrevivem com o Bolsa Família de R$ 693 por mês e mais de 110 mil delas enfrentam habitações inadequadas na periferia de Maceió, a disputa política parece distante dos problemas reais da população.