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Deputado Cabo Bebeto cobra apuração sobre acesso a dados sigilosos por esposa de procuradora e critica repressão a policiais civis

Deputado Estadual Cabo Bebeto

Em entrevista exclusiva ao portal Agora Alagoas, O Deputado Estadual Cabo Bebeto (PL) falou sobre a denúncia feita pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que acusa a esposa da Procuradora-Geral do Estado de Alagoas de intimidação e ameaça a policiais civis. A denúncia surgiu após manifestações pacíficas da categoria em frente à sede da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

A acusada, Maria Ingrid Gerbase, é esposa da procuradora Samya Surama e funcionária comissionada da Secretaria de Estado da Educação. Segundo o Sindpol, ela teve acesso a dados sigilosos de uma policial civil, como nome, matrícula e cargo, e os divulgou em uma rede social, após a servidora comentar em uma postagem que a majoração da carga horária deveria valer para todos os policiais civis, e não apenas para casos pontuais.

“É uma denúncia grave. Eu sou policial militar e deputado estadual, e não tenho acesso aos dados que ela teve. Isso precisa ser investigado e apurado. O que causa estranheza é uma servidora da Educação, esposa da procuradora-geral do Estado, ter acesso a informações restritas e privilegiadas”, afirmou Cabo Bebeto.

Na entrevista, o deputado criticou duramente a postura do governo em relação aos policiais civis. Ele destacou o forte contingente policial enviado à manifestação da categoria, que ocorreu sem qualquer ato de violência, enquanto, no mesmo dia, ocorria uma chacina em Estrela de Alagoas, onde apenas três policiais faziam a segurança da cidade.

“Tivemos um emprego desnecessário e absurdo de força. Não havia nenhum ato de violência por parte dos policiais civis, e no outro dia enviaram ainda mais efetivo para coagi-los. Enquanto isso, uma cidade inteira tinha apenas três policiais lidando com um quíntuplo homicídio”, pontuou.

Cabo Bebeto também criticou a falta de diálogo da procuradora-geral com a categoria, afirmando que ela evita, há mais de quatro meses, qualquer reunião com os representantes dos policiais civis. Segundo ele, esse distanciamento está agravando o conflito e gerando instabilidade.

“Acho que o secretário de Segurança e a procuradora deveriam ter ido até os policiais para dialogar e evitar toda essa situação. O que está em jogo é o direito de uma categoria. O Estado deve mais de R$ 500 milhões a esses servidores, e ainda assim eles estão dispostos a negociar. Enquanto isso, os procuradores já foram contemplados com aumentos muito maiores. Isso é injusto”, concluiu.

O deputado afirmou ainda que, a partir de agora, estará presente em todos os atos dos policiais civis em apoio à causa da categoria. Ele também informou que já conversou com a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa para convocar Maria Ingrid Gerbase a prestar esclarecimentos sobre o uso indevido de dados internos do Estado.

O Sindpol reforçou que está tomando todas as medidas legais cabíveis contra a intimidação e vazamento de dados da servidora, que, segundo o sindicato, apenas exerceu seu direito à livre manifestação.