O governo federal encerrou 2023 com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, representando 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e marcando o pior resultado desde 2020. Durante a pandemia da covid-19, em 2020, o rombo fiscal atingiu um recorde de 9,8% do PIB. Embora esse déficit seja o segundo pior em termos absolutos desde 1997, em percentual do PIB, ficou abaixo do registrado em 2016, que foi de 2,6%.
O relatório do Tesouro divulgado ontem destacou que, somente em dezembro, o déficit primário atingiu R$ 116,1 bilhões, sendo influenciado pelo pagamento do estoque de precatórios – dívidas judiciais da União sem possibilidade de recurso. Esses dados englobam as contas do governo central, que incluem o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre o déficit, afirmando que o resultado de R$ 230,5 bilhões se deve à escolha do governo de quitar dívidas de precatórios e compensar as perdas dos estados após a diminuição do ICMS sobre combustíveis durante o governo anterior, em 2022. Essa decisão impactou as finanças de 2023, segundo Haddad.