Em ofício encaminhado ao Ministério Público Federal de Alagoas (MPF -AL) e á Braskem, a Defesa Civil de Maceió recomendou que a petroquímica crie um plano emergencial de monitoramento de três minas existentes no bairro do Mutange. Segundo o órgão municipal, elas ficam próximas à mina 18, que colapsou no dia 10 de dezembro de 2023. O documento é datado de 30 de dezembro do ano passado.
De acordo com a Defesa Civil de Maceió, o colapso da cavidade 18 permitiu que o órgão tivesse “melhor dimensionamento do problema”. Assim, segundo o ofício, ficou constatado que essa cavidade possui 7 metros de profundida, 78 metros de cumprimento e 46 metros de largura, o que gera um valor aproximado de 25 mil metros cúbicos de volume. Essa é uma dimensão equivalente a um volume de água em 11 piscinas olímpicas.
Diante dessas informações, a Defesa Civil elaborou um plano de ações recomendadas para a região. Em uma delas, o órgão recomendou que a Braskem crie e execute um plano de monitoramento emergencial para as cavidades M#20D, M#21D e M#29D.
“Essas cavidades, além de estarem próximas a mina colapsada, M#18D, encontram-se parcialmente e fora da camada de sal. Por estarem localizadas na laguna Mundaú, torna-se inviável o acompanhamento por DGNSS, sendo assim, necessário a avaliação de tais cavidades após a ruptura e colapso da Mina 18”, recomendou o órgão.
A Defesa Civil elaborou ainda mais cinco recomendações à Braskem:
- Com base na recomendação de monitoramento emergencial de mais três minas, verificar a possibilidade do preenchimento das cavidades próximas a M#18D com material sólido (backfilling)
- Recomendar a Braskem S.A. a ampliação da malha de cones de reflexão (cone reflector) para aquisição de dados interferométricos próximo às margens da lagoa. Dessa forma, haverá uma melhor visualização dos dados de deslocamento por interferometria, nas áreas de maior proximidade das minas e da laguna Mundaú
- Estabelecer reuniões quinzenais com a Comissão Técnica do Case Maceió, onde órgãos estaduais e federais devem participar. E haver a integração para compartilhamento de informações e atualizações de monitoramento aos demais órgãos
- Recomendar, junto ao Comitê de Acompanhamento Técnico, a atualização dos protocolos de sinkhole (crateras) e sismo único baseado nos acontecimentos e dados locais, considerando que os protocolos foram criados com base em casos de outras localidades no mundo
- Solicitar, junto ao Comitê, a retomada emergencial das discussões para criação do Protocolo por DGNSS, considerando que foi verificado no evento da Cavidade M#18 que o monitoramento desde o início da crise sísmica até a ruptura e colapso se deu através dos dados da rede DGNSS.











