Às vésperas do Natal, os Correios registram o pior índice de entregas no prazo de 2025, com menos de 70% das encomendas chegando ao destino dentro do período estipulado. O cenário é atribuído à crise financeira da estatal e à paralisação de funcionários em centros estratégicos como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
O desempenho representa uma queda brusca em relação ao início do ano, quando o índice de pontualidade alcançava 97,7%. Em dezembro, o percentual ficou bem abaixo da meta interna de 96%, agravado pela greve de trabalhadores motivada por impasses no acordo coletivo, incluindo a recusa no pagamento de uma gratificação natalina de R$ 2,5 mil.
Diante do prejuízo acumulado e de dívidas com fornecedores, a direção dos Correios aguarda a liberação de um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a bancos públicos e privados. O plano de reestruturação em estudo prevê medidas como a adesão de até 15 mil funcionários a um programa de demissão voluntária, o fechamento de cerca de mil agências em todo o país e a ampliação de parcerias com o setor privado.
Enquanto a estatal perde espaço no mercado, hoje com participação estimada entre 40% e 50%, transportadoras privadas relatam um aumento expressivo na demanda. Pequenas empresas têm recorrido a serviços alternativos para garantir as entregas de fim de ano, com crescimento de até 54% no volume de encomendas, em uma verdadeira “operação de guerra” logística para salvar o Natal dos clientes.







