12 de dezembro de 2025
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CPI do INSS avança no Congresso e expõe fraudes bilionárias contra aposentados

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deu início à tramitação da CPI do INSS ao ler o requerimento apresentado pela oposição, o que representa uma derrota para o governo, que tentou barrar a iniciativa nos bastidores. A expectativa é que os trabalhos comecem no segundo semestre, após acordo para adiar a instalação e ganhar tempo para reorganizar a base governista. A presidência da CPI deve ficar com o Senado, e Alcolumbre trabalha para que o senador Omar Aziz (PSD-AM), nome com perfil moderado e alinhado ao governo, assuma o posto.

A criação da CPI foi articulada por parlamentares de oposição, como a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), após denúncias de fraudes milionárias envolvendo entidades conveniadas ao INSS. Investigações da Polícia Federal revelaram que entre 2019 e 2024 cerca de 4,2 milhões de aposentados sofreram descontos ilegais, somando um prejuízo de mais de R$ 6 bilhões. A operação resultou na queda do presidente do INSS e na prisão de envolvidos, como o lobista apelidado de “Careca do INSS”.

Diante da gravidade do caso, o Ministério da Previdência criou um sistema de contestação de descontos e bloqueou R$ 2,5 bilhões de 12 entidades investigadas. A CGU e o TCU também abriram apurações paralelas. Apesar de o governo Lula sustentar que os convênios suspeitos foram firmados na gestão Bolsonaro, aliados admitem o desgaste político por não terem rompido imediatamente com esses contratos, que permaneceram ativos durante o primeiro ano da nova gestão.