Um estudo interno dos Correios revelou que a estatal sofreu um prejuízo de R$ 2,16 bilhões devido à chamada “taxa das blusinhas”, implementada pelo Ministério da Fazenda e aprovada pelo Congresso Nacional em junho de 2024. A medida impactou diretamente a arrecadação da empresa com o transporte de mercadorias importadas, especialmente da China.
Antes da mudança na legislação, os Correios projetavam arrecadar R$ 5,9 bilhões com esse tipo de serviço em 2024. No entanto, o valor efetivamente obtido foi de R$ 3,7 bilhões, uma redução de 37%. Mesmo considerando um cenário ajustado à nova regra, a empresa ainda calculou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão em relação à arrecadação prevista.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva, comentou sobre o impacto financeiro durante um evento na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (26). “A gente tinha uma expectativa de receita, que foi frustrada, e isso se traduz depois em prejuízo na empresa”, afirmou. Ele também destacou que a mudança permitiu que outras transportadoras privadas assumissem parte do mercado de entregas internacionais, reduzindo o domínio da estatal.
Diante do cenário negativo, os Correios buscam reverter a medida e modificar o decreto-lei que instituiu a tributação simplificada das remessas postais internacionais. A intenção é retornar ao modelo anterior para recuperar parte da receita perdida e evitar novos prejuízos.