Os Correios enfrentam uma crise financeira cada vez mais grave. Até setembro, a estatal acumulou um prejuízo de R$ 6 bilhões, quase três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2023, quando o déficit foi de R$ 2,1 bilhões. As demonstrações contábeis do terceiro trimestre foram aprovadas nesta sexta-feira (28) pelo conselho de administração, que confirmou queda nas receitas, aumento das despesas operacionais e impacto de novas obrigações judiciais e trabalhistas.
Para evitar um colapso na prestação de serviços, o governo tenta viabilizar um empréstimo de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional. Segundo fontes ouvidas pela CNN Brasil, as negociações avançaram nos últimos dias, e a expectativa é fechar o acordo já na próxima semana. A primeira parcela, considerada imprescindível para “salvar” a empresa, deve ser liberada ainda em dezembro.
O empréstimo será dividido em etapas, com pagamento previsto em 15 anos e carência de pelo menos dois anos, já que os Correios só projetam voltar ao lucro em 2027. A estratégia foi desenhada para impedir que os recursos fiquem parados no caixa da estatal, gerando juros desnecessários, especialmente porque parte do dinheiro só será usada a partir de 2026.
O plano de reestruturação inclui ainda medidas duras: a saída de pelo menos 10 mil funcionários por meio de um programa de demissões voluntárias e o fechamento de cerca de 1 mil agências em todo o país. No longo prazo, a estatal avalia abrir parte do capital na Bolsa, criar joint ventures com empresas privadas e vender ações para captar recursos. Sem essas mudanças, as projeções apontam para um prejuízo de R$ 23 bilhões em 2026.











