O governo federal prepara um pacote de medidas para enfrentar o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A estratégia repete a adotada durante a pandemia de Covid-19, no governo de Jair Bolsonaro, com o uso de fundos garantidores para facilitar o acesso ao crédito por empresas afetadas, especialmente as de menor porte. O objetivo é resolver a falta de garantias que impede muitos negócios de obter empréstimos no sistema financeiro.
A proposta prevê a utilização de R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) e o reforço de mais dois mecanismos: o Fundo Garantidor de Operações de Comércio Exterior (FGCE), administrado pela ABGF, que receberá R$ 1 bilhão para cobrir as primeiras perdas; e o Fundo de Garantia de Operações (FGO), gerido pelo Banco do Brasil, com mais R$ 1 bilhão. Esses dois últimos serão voltados a pequenos e médios exportadores, permitindo financiar capital de giro, investimentos e a abertura de mercados alternativos aos EUA.
De acordo com técnicos do governo, a entrada do FGO poderá alavancar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões em empréstimos. A medida é parte de um esforço para conter os impactos da nova tarifa americana, em vigor desde quarta-feira, que elevou em 40 pontos percentuais as tarifas sobre diversos produtos brasileiros, levando a taxa total para 50%.
Entre os setores atingidos pelo tarifaço estão carne, café, frutas, pescados, calçados e têxteis. Por outro lado, cerca de 700 segmentos ficaram de fora das sobretaxas, incluindo aviões e peças produzidos pela Embraer, suco de laranja e parte da cadeia de petróleo e energia. Enquanto negocia saídas diplomáticas, o governo busca garantir fôlego financeiro às empresas nacionais para evitar perdas mais profundas no comércio exterior.








