Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro têm ajustado suas percepções sobre sua conduta em um possível cenário de condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre a tentativa de golpe. Antes, especulava-se que Bolsonaro poderia optar por uma fuga. Agora, no entanto, ele e seus assessores traçam uma estratégia eleitoral que inclui a possibilidade de uma prisão e a busca por um indulto presidencial.
Bolsonaro teria compartilhado com seus auxiliares mais próximos a ideia de que sua influência como cabo eleitoral poderia crescer significativamente se estivesse preso. Ele e seus aliados estão avaliando potenciais expoentes da direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, para liderar essa mobilização política.
A estratégia também inclui o uso do indulto presidencial como saída jurídica para uma eventual pena. O indulto, prerrogativa do presidente da República, depende de validação judicial e de uma petição da defesa. Criminalistas avaliam que a possibilidade de judicialização em torno de um indulto envolvendo Bolsonaro é quase certa, caso o benefício seja solicitado. A movimentação revela o impacto político que uma prisão poderia ter nas eleições e no futuro do bolsonarismo.