O Centrão consolidou seu domínio sobre o Congresso Nacional com a eleição de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara, ampliando sua influência sobre o governo federal. Agora, o grupo impõe suas condições ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, diante da queda de popularidade, vê sua liderança política fragilizada e sua reeleição cada vez mais incerta.
Fortalecido, o bloco não apenas cobra mais espaço dentro do governo, mas também exige uma reformulação no núcleo petista do Planalto. Para os líderes do Centrão, apenas ceder ministérios não basta: querem controle sobre as decisões estratégicas e, principalmente, sobre as verbas públicas. Sem isso, não garantem apoio às pautas do governo no Congresso, muito menos a Lula em 2026.
Na prática, são os caciques do Centrão que ditam as regras. Com a autonomia financeira garantida pelo aumento das emendas parlamentares, deputados e senadores não precisam mais do governo para abastecer suas bases eleitorais. Por isso, para o grupo, a retomada do controle sobre esses repasses – bloqueados pelo STF – é prioridade absoluta, acima de qualquer aceno político do presidente.
Com o Congresso sob comando do Centrão, Lula perdeu o controle do jogo. O grupo, que se equilibra entre governo e oposição, ainda não bateu o martelo sobre quem apoiará em 2026, deixando o presidente refém de uma base instável e sem garantias de que conseguirá viabilizar sua candidatura à reeleição.