O IBGE divulgou, nesta sexta-feira (23), dados inéditos do Censo que mostram que 2,4 milhões de brasileiros afirmaram ter diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O número representa 1,2% da população. A maioria dos casos está concentrada entre crianças de 5 a 9 anos, com predominância entre os meninos.
A prevalência do TEA é maior entre os homens em todas as faixas etárias até os 44 anos. Já entre os mais velhos, os percentuais se equilibram entre os sexos, com leve vantagem para as mulheres em alguns grupos. Segundo o IBGE, o crescimento no número de diagnósticos está ligado à melhora nos métodos de identificação do transtorno, especialmente em crianças.
São Paulo lidera o ranking de estados com mais pessoas diagnosticadas (548 mil), seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Em termos proporcionais, Acre e Amapá aparecem no topo, com 1,6% e 1,5% da população diagnosticada, respectivamente.
O levantamento também revelou desigualdades raciais. Entre os estudantes diagnosticados, a maioria se declarou branca, apesar de os pardos serem maioria entre os alunos no país. O dado pode indicar sub-representação de alguns grupos no acesso ao diagnóstico.
A inclusão da pergunta sobre autismo no Censo foi garantida por lei. Para o IBGE, os dados ajudam a desenhar políticas públicas mais eficientes e a entender os desafios enfrentados por essa população.