A pesquisa que identificou um antigo cemitério de escravizados do século XVIII, apagado do mapa de Salvador (BA), dá início nesta quarta-feira (14) a uma escavação arqueológica inédita. O procedimento busca localizar os restos mortais de aproximadamente 100 mil pessoas que teriam sido sepultadas como indigentes.
Os restos mortais são de negros africanos escravizados, pobres, encarcerados e suicidas. A maioria das vítimas seria as pessoas escravizadas, levadas à morte em condições desumanas e enterradas sem qualquer tipo de registro digno.
A área investigada fica no estacionamento da Pupileira, no bairro de Nazaré, em um terreno pertencente à Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Responsável pela descoberta do possível cemitério, a arquiteta e urbanista Silvana Olivieri explica que os estudos apontam para a existência de até 150 mil sepultamentos no local, realizados entre os séculos XVIII e XIX.