Maceió está prestes a se livrar de um dos maiores pesadelos ambientais e sociais de sua história: a Braskem. A gigante da mineração anunciou que pode fechar definitivamente sua fábrica de cloro e soda no Pontal da Barra até maio de 2026, caso não consiga renovar sua licença de operação. Mas, sejamos honestos: a empresa já está de malas prontas e, se depender do que deixou para trás, sua saída será mais um capítulo de abandono e destruição.
A Braskem não está simplesmente saindo – está fugindo! Depois de causar um dos maiores desastres urbanos do país, deixando cinco bairros inteiros afundando, milhares de famílias desabrigadas e um prejuízo incalculável para a cidade, a empresa agora quer encerrar suas operações em Alagoas sem olhar para trás. O motivo? O Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a CPI da Braskem recomendam que a licença de operação não seja renovada até que a empresa arque com o passivo ambiental monstruoso que criou.
UMA HISTÓRIA DE GANÂNCIA E DESTRUIÇÃO
A exploração irresponsável de sal-gema pela Braskem transformou Maceió em um verdadeiro campo minado. Ruas rachadas, prédios inclinados, famílias forçadas a deixar suas casas às pressas e um cenário de destruição comparável a uma zona de guerra. Mais de 60 mil pessoas foram obrigadas a abandonar seus lares nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. O solo afundou, a cidade tremeu, mas os cofres da Braskem continuaram cheios.
Agora, a mineradora já decidiu que não vai mais explorar sal-gema em Alagoas. Em vez de reparar o estrago e recuperar a confiança da população, escolheu simplesmente mudar de foco e importar o minério ou buscar novas jazidas em outros estados.
O LEGADO MALDITO DA BRASKEM
Nesta semana, os sindicatos ligados à mineradora foram informados sobre o fechamento de uma das três casas de células da planta do Pontal, um claro indício de que o desmonte já começou. Como se não bastasse, as empresas terceirizadas que prestam serviços à Braskem foram instruídas a reduzir 30% de suas atividades, um sinal de que mais cortes e demissões estão a caminho.
Os executivos da Braskem seguem seus planos de expansão em outras regiões, longe do estrago que deixaram em Maceió. A cidade, por sua vez, continua convivendo com crateras no chão e bairros fantasmas – um legado maldito de uma empresa que explorou até o último grão de riqueza local e agora quer sair sem pagar a conta.
Mas será que a Braskem vai conseguir essa saída fácil? Ou a justiça, o governo e a população vão cobrar até o último centavo dos bilhões de prejuízo que a empresa deixou na capital alagoana?
O povo de Maceió já sofreu o suficiente. Se a Braskem quer ir embora, que vá. Mas sem deixar mais uma vez a conta para quem já perdeu tudo!