Brasileiro paga R$9.600 por mês a cada militar aposentado, de acordo com dados do Aeps

A discussão sobre gasto previdenciário ficou esquecida após a grande reforma em 2019, mas, o economista Paulo Tafner, conta que o gasto com inativos no serviço público ainda permanece alto. Em vários Estados e municípios, ele já superou a despesa com ativos, por exemplo. “Muita gente no serviço público que entrou antes de 1998, quando ocorreu a reforma, tem direito à integralidade e ainda vai se aposentar”, afirma. No caso dos militares, ele lembra que as mudanças foram feitas em 2019 por meio de projeto de lei, pois o tema não é matéria constitucional.

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Foi estabelecido um mesmo regramento para Forças Armadas em nível federal, PM e bombeiros no Estados. Os seus efeitos, porém, não se mostram tão efetivos quanto o da reforma dos civis. Drumond fez paralelos com base nos dados do Anuário Estatístico da Previdência, o Aeps 2021, publicado em novembro de 2022, que consolida as informações mais recentes. No caso da União, a receita anual para a Previdência dos militares cobre cerca e 15,5% do total das despesas com benefícios. A diferença cai na conta do Tesouro Nacional. Como o dinheiro vem dos impostos, Drumond explica que é como se todos os brasileiros arcassem com a despesa para cobrir o que falta.

Considerando o total do déficit anual, na casa de R$47,7 bilhões, e o número de beneficiários, que chega a 396 mil, os brasileiros desembolsam, todos os meses, cerca de R$9.603 para cada militar na reserva e seus pensionistas. Mensalmente, os Tesouros estaduais gastam, em média, quase R$3.000 per capita para cobrir aposentadorias e pensões de 2 milhões de servidores e pensionistas nos entes federados. Os militares, por sua vez, cobrem 20% do gasto previdenciário, o que gera uma falta  anual de R$38 bilhões. Os Tesouros, na média, desembolsam mensalmente R$6.700 per capita para completar os benefícios de 472 mil PMs na reserva e pensionistas.

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