Durante sessão na Câmara Municipal de Maceió nesta terça-feira (3), o vereador Leonardo Dias fez um discurso comparando a soltura do funkeiro MC Poze do Rodo com a condenação do humorista Léo Lins. Para o parlamentar, o país vive uma inversão de valores e se tornou uma “piada de mau gosto”.
“Um cara que faz apologia a uma facção criminosa é solto cinco dias depois, enquanto um humorista é condenado a oito anos por piada. Que país é esse?”, questionou Dias, mencionando trechos de letras de MC Poze que exaltam armamentos pesados e fazem referência direta ao Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país.
“Nós tem Glock, tem AK, 62 com mira laser terror dos alemão, é os moleque da 13, nós vamo voltar pra casa e botar a bala pra comer, retomar o que é nosso e gritar: É o C.V!”, citou ele, em alusão a uma das músicas do artista.
Na fala, o vereador também criticou a comoção popular em torno da soltura do cantor. “Foi ovacionado em frente à delegacia. Tirado como um herói. Onde é que esse país vai parar?”, disse. “Enquanto isso, o Léo Lins está sendo condenado a anos de prisão por fazer piada. Não estou discutindo a qualidade da piada, que eu mesmo considero pesada, mas a ótica é completamente incoerente.”
O humorista Léo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão por propagar conteúdo considerado discriminatório contra minorias e grupos vulneráveis. A decisão da Justiça Federal atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que entrou com ação em 2023.
O vídeo em questão, publicado em 2022, mostra Lins fazendo piadas ofensivas contra negros, obesos, pessoas com deficiência, indígenas, evangélicos, judeus, nordestinos, entre outros. A gravação, que chegou a mais de 3 milhões de visualizações, foi retirada do ar por decisão judicial.
Já MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, foi preso na última quinta-feira (29) em sua casa no Rio de Janeiro por apologia ao crime e suposta ligação com o Comando Vermelho. A Polícia Civil investiga se o funkeiro realiza shows em áreas controladas pela facção, além de letras que exaltam o grupo criminoso e armamentos.
Também há suspeitas de que o artista esteja envolvido em lavagem de dinheiro oriundo do tráfico. Durante a operação, foram apreendidos joias e um carro de luxo. A investigação segue em curso.










